Na frente da maioria das máquinas, tem uma peça indispensável, que é o bendito empregado.
Quero aqui deixar todo meu respeito a todos os trabalhadores que honram e dignificam seu serviço e respeitam os homens ou mulheres que dão empregos e promovem o verdadeiro desenvolvimento desse país. Esses, os classifico como “Verdadeiros Heróis”.
Mas para o sentido deste post, agora vou falar de outro tipo de empregado e que você, futuro proprietário – ou propriotário – de uma empresa, vai encontrar fatalmente.
Me refiro aquele sujeito que chega em sua empresa acabado, com cara de coitado, dizendo que não tem dinheiro nem para o gás de cozinha para poder esquentar a mamadeira do menino que está em casa.
Aí você, marinheiro de primeira viagem, fica com peninha do coitadinho e o contrata.
Você o põe para dentro de sua empresa, leva brigadeiro que você fez em casa para ele, faz bolinho no aniversário dele, tira foto juntinho com ele, o chama pelo diminutivo do nome – Robson é Robinho, Edson é Edinho – e um belo dia, num possível aperto que você possa vir a ter, precisa demiti-lo.
E numa empresa, o dinheiro sempre vai falar mais alto, ok ?
É simples: Não tem trabalho, não tem emprego e pronto.
Você o põe de aviso prévio e chega o dia do acerto.
Você olha para ele com aquela lagriminha no cantinho de seu olho esquerdo, diz que não dependia de você a demissão dele, que aquela era uma medida estritamente administrativa, mas que se ele precisasse, você prontamente faria uma carta de apresentação, porque afinal de contas, não era nada pessoal.
Ele então olha para você, completamente emocionado – Sim, porque neste momento a emoção toma conta do ambiente – e apenas acena concordando com a cabeça e afirmando que estava tudo certo e que a vida continuaria e lhe deseja toda a sorte do mundo e que você fosse muito feliz.
Então ele se levanta da cadeira, lhe abraça fortemente e vai embora em direção ao horizonte acenando-lhe com um adeus fraterno com a mão – lembrando até aqueles atletas de olimpíada, quando acenam para o público no final do exercício – É realmente muito lindo.
Passada toda a emoção e você já recomposto, depois de um mês em sua empresa, você recebe a visita ilustre de um oficial de justiça, lhe intimando a comparecer em uma audiência trabalhista, munido de advogado e três testemunhas.
Você abre a intimação e adivinha… é isso mesmo; o autor da ação é o coitadinho que não tinha dinheiro para comprar gás para esquentar a mamadeira do menino e que agora, depois de ter trabalhado somente 3 meses, se acha no direito de receber U$ 1.500.000.000.000,00.
Quando resolvi que não seria mais empregado de ninguém, comecei meu negócio atrás da casa da minha mãe, numa edícula bem espremida, de 21 metros quadrados.
Fazia tudo. Eu comprava o tecido, cortava, mandava estampar, enviava para costureira, no retorno eu revisava peça por peça, passava, embalava e fazia a entrega da mercadoria.
Mas isso com o tempo foi ficando muito difícil e precisei contratar meu primeiro problema, ou melhor dizendo, meu primeiro empregado.
Como disse acima, sempre o tratava da melhor forma possível, para ter certeza de que ele estava se sentindo bem em minha empresa.
Em determinado momento, vi que apesar de ainda precisar dele, ele não tinha todas as qualificações de que eu precisava e resolvi dispensá-lo.
Para minha surpresa na época, chega em casa uma intimação do ministério do trabalho, para que eu comparecesse em audiência com data pré-definida, com advogado e três testemunhas.
Fiquei completamente transtornado, pois eu nem sabia como lidar com aquilo. Tremia de medo só de pensar em ficar na frente de um juiz.
Desesperado e sem conhecer nenhum advogado, resolvi ir até o Fórum Trabalhista e me informar a respeito de algum profissional que pudesse fazer minha defesa para o caso.
Chegando lá, um funcionário do Fórum, com aquela gentileza que na época já era peculiar, me informou que havia uma sala de advogados ali mesmo naquele andar.
Aliviado, fui até a sala e tive o primeiro contato com o mundo da indústria trabalhista.
De cara, encontrei um advogado, que reparando minha fisionomia preocupada, logo disparou:
Aconteceu alguma coisa ? Posso lhe ajudar?
E respondi : Se o senhor for advogado, pode sim.
Então, contei-lhe todo o acontecido nos mínimos detalhes.
Após me escutar atentamente, me pergunta :
-É sua primeira causa trabalhista ?
-Sim – respondi.
-Pois bem meu rapaz, então escute o que vou lhe dizer : Quando você ver um empregado morrendo afogado e de longe estiver pedindo sua ajuda, você vá até ele, se aproxime com jeitinho, peça para ele ter calma e quando você estiver bem pertinho dele, empurre a cabeça dele com toda a força para baixo da água até ele parar de se mexer. Só assim seus problemas com empregados acabarão.
Fui para casa abismado com aquele sujeito e pensando nas atrocidades que ele havia me dito.
Mas passado alguns anos como empresário, quando me lembrava do que ele tinha me dito, já não ficava tão abismado assim e começava a considerar o conselho.
Nunca se esqueça que sua relação com um empregado, é uma relação profissional. Ele trabalha como tem que ser e você o paga no final do mês. Apenas isso. Seja justo e honesto com seus direitos, mas sempre o lembre de seus deveres. Promova-o quando merecer e demita-o quando for necessário.
Sucesso Sempre!