Antigamente – não que eu seja tão velho assim – as empresas se preocupavam com sua produção, onde vender seus produtos, onde comprar seus insumos, se o cliente era bom pagador, etc.. Hoje, nós temos um novo fator : O FATOR EXTERNO.
Não bastasse a condição tributária interna insuportável que vive o país, com taxas de impostos absolutamente proibitivas, o governo, para nos inserir no mercado internacional, abriu as porteiras da importação e afirma categoricamente que temos condições de competir e que os empresários precisam deixar de ser chorões.
Bem… se me pedissem para eu parar de chorar no velório de um bandido, eu até entenderia, agora…afirmar que estamos chorando numa situação dessas e dizer que é um exagero, é um absurdo! E eu explico :
Porque a importação interessa a tanta gente ?
É muito simples : para o importador é a coisa mais rentável do mundo, pois além de trazer tudo pronto, ele não precisa se ver envolvido com tantos funcionários e lidar com as leis trabalhistas, além de também, não precisar investir em maquinários e ver a depreciação de seu capital em 10% ao ano. Depois ele só precisa de um galpão para estoque, uma boa equipe de vendas na rua – que esta por sua vez não tem nenhum vínculo empregatício com a empresa – e o resto é só faturar.
E o banqueiro, qual interesse nisso? O governo explica? Claro que não!
Para o banqueiro, exportação é uma coisa que não deveria nem existir. E sabe porque? Porque na exportação, para pagar o exportador brasileiro, o banco precisa ir lá fora comprar a moeda estrangeira ao preço do dia, para pagar o empresário.
E com moeda, não se ganha dinheiro comprando e sim vendendo, entendeu?
É por isso que na importação, a coisa fica bem mais atrativa, porque quem passa a comprar a moeda para pagar o exportador é o empresário brasileiro e adivinha de quem ele compra? Do banco é claro. E como moeda se ganha na hora da venda, você acha que banqueiro quer o fim das importações? Nunquinha da Silva.
Certa vez estava eu no Bom Retiro – antigo bairro de tecidos e aviamentos para confecções de São Paulo – e conversava com um grupo de empresários que juntos, possuíam perto de 5.000 empregados. Uns tinham fábrica de camisetas, outros, fábrica de bermudas e um deles possuía uma fábrica bastante verticalizada e com vários setores de vários tipos de roupas.
Eles conseguiram junto a FIESP, em São Paulo, uma entrevista com o então presidente na época, Lula da Silva.
O último empresário citado acima, colocou para nosso excelentíssimo presidente, que em sua fábrica, possuía um setor com 200 funcionários e que neste setor se faziam paletós.
Explicou que o paletó que ele fabricava aqui no Brasil custava R$ 26,00 só de chão de fábrica, ou seja, ainda faltavam adicionar todos os insumos como tecido, forros, botões, embalagem, impostos, lucro, etc.
Em seguida informou a Lula, que estava demitindo os 200 funcionários do setor de paletós, pois estava trazendo da China, o mesmo paletó, pronto, por R$ 29,00. E acrescentou mais um detalhe: este preço era colocado na prateleira dele aqui no Brasil, sem esquentar a cabeça, sem pagar impostos trabalhistas e nem aturar empregados.
Lula fez aquela cara de espantado, deu-lhe um tapinha no ombro e soltou a pergunta: O senhor por acaso já pensou em mudar de ramo? E depois disso, foi para o palácio do planalto ver como iam os preparativos de seu caviar.
Conclusão: O Lula debochava, os empregados eram demitidos e os empresários fechavam suas portas. Pobre Brasil .
Obs.: Hoje, em 2019, esperamos que a nova visão administrativa eleita no país, possa olhar para esse problema com outros olhos.
Sucesso!